sábado, 16 de julho de 2011

Religião, Ateus e blá blá blá...

                 
          
Primeiramente queria deixar bem claro que eu não quero fazer apologia as minhas convicções, e sim apontar algumas falhas em ambas as teses e sintetizar um pensamento mais racional a questão levando as pesosas a refletirem e se possível também abandonarem os seu dogmas para poderem achar as SUAS próprias verdades.
Queria começar dizendo que Neoateus e Teístas fanáticos, para mim, estão no mesmo nível. Ambos são Dogmáticos. 
 Ateus afirmam categoricamente Deus e o sobrenatural não existe e a ciência e o método científico são a lei maior, E religiosos Afirmam com a mesma convicção Deus e o sobrenatural existem e são a lei maior. Ora bolas, aonde se encaixa um pensamento livre nisso? Mas vamos aos poucos. 


Em primeiro lugar gostaria de dizer que o nome que os não crentes em religiões ou na espiritualidade (sobrenatural) se intitulam não é 100% correto aos seus ideais. Porque a palavra Ateu literalmente significa "Sem Deus", então quando as pessoas destas correntes atéia me dizem somente que são "ateus" isso abre margem para eu pensar que elas podem seguir religiões ou pensamentos filosóficos como o Taoísmo e o Budismo que são religiões/filosófias atéias pois elas não se fundamentam na criação vinda de um Deus ou Deuse. Então acho que os ateus (não crente em nada sobre o espiritual) deveriam rever o um complemento ao próprio nome. 


Outra coisa que me irrita no neoateismo é que sem perceberem eles fazem o mesmo que os fanáticos teístas. E acabam caindo no ateismo não mais puramente filosófico, e sim naquele ateísmo que podemos observar como um ateismo militante ou ateísmo religioso.

                                 O ATEU RELIGIOSO:

- Eles agem conforme algumas seitas religiosas, ou seja, eles se utilizam de alguns mecanismos como manipulação ideológica e um forte apelo emocional, tipificados na figura de Dawkins. 
- Eles tem forte aversão a bíblia e passam tempos lendo ela, mais até que muitos pastores. Enfatizam exageradamente as passagens bíblicas que se contradizem com a ciência moderna, se esquecendo do contexto histórico social e a beleza poética de alguns livros.
- Combatem a religião, acreditando que todo o mal do mundo é proveniente das religiões
- São incapazes de enxergarem as coisas boas vindas da religião
- São intolerantes e imaturos culturalmente uma vez que não conseguem enxergar um benefício de qualquer religião. 
- Não percebem mas fazem de Dawkins seu messias do neoateísmo e o seu livro "Deus é um delírio" é a bíblia deles, não levam em conta que existe a vertente Dawinista Criacionista em contrapartida ao que diz no livro.
- Compram as ideais de Dawkins que combate ferozmente a religião como o mal no mundo e se esquecem que o problema em si não é a religião no mundo e sim quem a prega o HOMEM. Ele só aborda o campo da ciência e o endeusamento da mesma.


 Um contra-ponto é que vivemos no paradigma da ciência e seus métodos científicos modernos, o método atual não pode provar tudo, temos de levar em conta que para algo se tornar científico ele deve seguir alguns critérios rigorosos de experimentação, observação e mensuração, que tem de ser reproduzíveis e verificáveis por outras pessoas. Só que nisso residem inúmeros problemas, porque a ciência não consegue lidar ou mesmo provar (palpavelmente) realidades abstratas como um "pensamento" por exemplo. Como mensurar ou medir um sentimento tal é o amor o ódio ou mesmo a subjetividade de forma geral. Pois existem coisas que não tem como serem medidas em laboratório, mas não é por ela não pode ser medida que ela deixa de existir correto? Afinal você as sente, você as cria todas as horas do dia, seja um novo pensamento, uma emoção ou um sentimento.


 A ciência ajudou e ajuda muito o mundo moderno porém temos de admitir que ela não dá conta de explicar a realidade de uma forma concreta. O método científico precisa ser revisado e reformulado e a forma como a religião é passada e usada IDEM. Porque assim como o homem aplica a religião o homem aplica a ciência e ambas são sucetiveis a falhas.


 Quanto a religião em si eu concordo que ela foi apoderada pelos homens e politicos para servir de ideologia e para o controle de massas. Algumas pesquisas que andei lendo apontam que 80% dos religiosos convictos nunca tiveram experiências que podriamos descrever como divinas ou não explicavéis, sendo assim elas só crêem no que lhes é passado de forma ideológica a fim de manter o controle, lucrar sobre elas ou satisfazer algum prazer egóico (Inri Cristo :D).


Concordo também que o período negro do desenvolvimento no ocidente foi a idade média e o controle da igreja católica como detentora da espiritualidade, matando e silenciando todos que fossem contra ela. Para ilustrar também temos a guerra entre palestinos e israelenses que, além de política, é uma briga fortemente ligada a questões religiosas.


 O que os religiosos deveriam entender e os ateus também é que cada um de nós entende os fenômenos internos de forma única e quando aceitamos ou vivemos em um meio religioso a religião acaba sendo facilmente deturpada pelo indivíduo porque ela está intimamente ligada com a noção de indentidade própria. A religião de certa forma dá sentido a compreensão de quem realmente o indivíduo é, num sentido profundamente íntimo. Quando sentimos que nossas identidade são ameaçadas, procuramos nos isolar dos que estão de fora das minhas crenças, e quando sentimos que os que estão de fora apontam para nós entramos em conflito e numa guerra interna porque passamos a nos ver como fiéis e bondosos, e todos que estão contra nós serão vistos como maldosos e descrentes da nossa verdade. Isso numa escala maior, com mais pessoas, na mesma corrente de identidade (religião) e na outra ponta pessoas com noções de identidade diferentes é uma bela receita pra uma guerra (entre religiões, entre religião e ateus etc).  

 Agora você pode perceber que o neoateismo diferentemente do ateismo filosófico é estruturado de uma forma RELIGIOSA visto que são dogmáticos também, então podemos entender o porque dessas guerras que vemos nos comentários e debates em videos e textos na internet ou televisão. O ateísmo também pode ser cegado pela noção de identidade.


 Retomando aos religiosos, poderiamos pensar no seguinte se o seu Deus externo é diferente do de outras religiões e todos somos iguais, o seu semelhante de outra religião partilha da mesma fonte divina que você acredita o que tira de você o direito de se impor como o detentor do Deus real. Eu não conheço nenhuma religião que pregue que matar, guerrear é o certo, e que não respeitar ao próximo é a lei, por isso reafirmo que a religião é pregada por homens que as tomam por ideologia para seus próprios fins excusos, eles deturpam ensinamentos belos. Jesus não criou o cristianismo somente pregou a sua ideias e o seus pensamentos filosóficos lindos. Ele não quis fundar uma nova religião, quem a fez foram outros homens. Assim como Siddhartha Gautama (Buda) entre outros.


 Acredito que a mensagem do meu texto seria a de que temos de rever o conceito do que nos leva a acreditar ou refutar algo. Eu posso afirmar categoricamente algo que eu desconheço? Ou simplesmente porque uma lei cientifica não dá conta de reconhecer porque não é um sistema perfeito assim como a religião? Será que eu posso impor a minha religião (atéia ou deísta) porque eu crêio piamente nisso e o pastor me pediu pra arrastar mais pessoas as igrejas (+ Din Din) ou porque eu sou uma pessoa que estou na moda e todos os que eu acho "descolados" e "inteligentes" são ateus? Os fenômenos internos que me levam a crêr em algo são realmente divinos? A ciência como a conhecemos realmente pode dar conta de tudo?  


  Tá ok, agora vem a parte polêmica, a minha visão de espiritualidade... O que eu vou dizer aqui são fenômenos que ocorrem comigo e muita gente pode dizer que são relatos anedóticos, porém como disse ciência e subjetividade não tem grandes laços e não é porque não ocorre com todo mundo (apesar de todos terem o potencial) que eu posso excluir ou descreditar os fenômenos que ocorrem com outros. 


 Eu estudo e prático a projeção de consciência, ou seja quando eu relaxo o meu corpo antes de dormir eu entro em um estado de catalepsia projetiva. Catalepsia é quando você não consegue movimentar o corpo, geralmente a pessoa tenta gritar mas não consegue produzir som (a priori é catalogada como uma defesa natural do corpo pra quando estivermos dormindo e sonharmos o corpo não se movimentar), só que ao invés de eu sentir medo e tentar acordar eu simplesmente relaxo o meu corpo e deixo fluir o estado, quando menos espero começam alguns sons intracranianos que é quando a consciência se separa do corpo e eu me projeto pra fora dele. Eu normalmente me vejo dormindo e saio pra dar um rolê =D.


 Muita gente diz que eu fabrico isso na minha cabaça, que poderia ser um truque da mente etc, mas só quem teve a experiência consegue entender o gráu de lucidez que você fica. Quando se está projetado a pessoa entende perfeitamente que o seu corpo físico continua deitado descansando enquanto a consciência fica deslocada e ativa flutuando sobre ele. Já comprovei algumas coisas como uma vez observei o que minha irmã fazia e depois ela confirmou. Existem pessoas que podem falar "mas já reproduziram a sensação em laboratório. É só aplicar um estimulo de eletrochoque no giro angular do cérebro" até ai ok, porém em todos os relatos cientificos que li sobre a reprodução da sensação das pessoas estarem se vendo fora do corpo (sensação que creditaram ao fato de o ponto aonde estimularam estar perto das área do cérebro que estão ligadas ao reconhecimento do corpo e do equilíbrio) eles não especificaram se os pacientes relataram ter vistos objetos escondidos de sua visão. Ou mesmo aplicaram testes para ver se o observador só criava delírios ou eram reais as sensações. E com o que temos sobre esses artigos científicos, defasado em informações mais precisas, pra mim é somente uma abertura (que precisaria ser mais aprofundada e estudada) para a confirmação de que o fenômeno da projeção pode não ser somente metafísico e sim físico. E ter uma área de integração correspondente no cérebro.


  Estudando psicologia eu pude entender mais um pouco esse campo da subjetividade e as minhas atuais conclusões são de que nossas consciências cocriam a realidade externa como por exemplo o próprio Incosciente coletivo descrito po Jung, e que nossas consciências a um nível mais intimo são todas ligadas provindas de uma mesma fonte (Deus?). E ai que entramos com um pouco de teoria quântica, como a teoria do entrelaçamente. Por exemplo, se pergarmos 2 particulas criadas ao mesmo tempo e a dividirmos e levarmos a pontos distintos do universo (distâncias gigantescas) e estimularmos uma, a outra vai refletir o estimulo ao mesmo tempo. Sendo assim elas nunca estão separadas, estão entrelaçadas, confirmando a ideia de que o espaço assim como o tempo é relativo. Se partirmos do pressuposto de que todas as particular nasceram do big bang (fonte criadora), então podemos presumir que tudo está ligado intimamente (a nível subatômico). O que validaria fenômenos como a telepatia. Aonde o sujeito na verdade não entra na mente do outro e "pega" as informações, ele as consegue acessar simplesmente porque as informações estão todas jogadas (ligadas, sobrepostas) pelas dimensões.


 O que mais me intriga, e afirma o porque acredito que todos poderíamos estar cocriando o mundo existente, é que na física quântica quando se faz um experimento com o observador as particulas tem uma conduta e quando não tem o observador elas se comportam de forma aleatória, só pelo fato de ter alguém medindo as partículas elas se comportam da forma esperada pelo observador. Quando tem alguém elas se organizam de forma esperada quando não tem elas vivem em uma abstração de possibilidade e sobreposições. Por isso existem 2 modelos matemáticos para os experimentos subatômicos, um quando se tem o observador e outro quando não se tem o observador. Sub-Atomicamente uma partícula pode estar em vários lugares ao mesmo tempo e ser uma só ou então ocupar o mesmo espaço sendo particulas diferentes, o que vai contra a física clássica onde dois corpos não compartilham o mesmo espaço. O maior desafio da física atualmente é tentar entender o ponto aonde a física clássica e a quântica se unem e como isso ocorre, pois é um enorme enigma ainda a ser decifrado.


 E por isso que digo que muitos ateus se prendem a física newtoniana para refutar uma ideia de deus/deuses ou uma consciência independente do corpo, afinal se analisarmos a física quântica ela abra um leque na forma de como podemos pensar o conceito de existência. Mas é só meu pensamento e tenho certeza que haverá muitas pessoas pra refutar minhas ideias e isso é bom, afinal de contas o que é o pensamento?

domingo, 19 de junho de 2011

Ensino Escolar (Instituição Escola)

       Qual é a trama social desenvolvida nas relações dentro da ESCOLA? 

Na escola poucos se dão conta da estrutura que a envolve e como nós assimilamos esses conteúdos. A própria forma como as escolas se organizam e passam o conteúdo aos alunos ainda é uma forma arcaica e totalmente autoritária na qual não se privilegia o bom relacionamento entre aluno e cultura.

 A escola não exerce uma função que ela deveria exercer que é a de desenvolver um individuo consciente da sua condição social e a formação de um sujeito mais crítico quanto a realidade que o oprime. Isso tanto nas escolas publicas e particulares porque cada setor da sociedade tem as suas mazelas e é afetado por seu próprio segmento social (ricos e pobres). E nesse quesito podemos dizer que a escola é tão alienante quanto a Industria Cultural (TV, Internet, Rádio, etc). Se você olhar uma criança pequena na entrada da escola andando (se arrastando quase) de cabeça baixa indo por obrigação parece um operário desiludido com seu emprego enfadonho na fábrica. Isso porque a estrutura escolar ainda é um instrumento que reproduz a ordem estabelecida da sociedade capitalista, ou seja, a escola funciona em função do trabalho e não em função do desenvolvimento sócio-intelectual. Vale salientar que toda a sociedade funciona para o trabalho não só a escola, agora se isso é o certo ainda mais tendo em vista os trabalhos que as pessoas exercem (chatos, massacrantes) enquanto poderiam estar desenvolvendo seu lado intelectual e moral eu não sei.

 Algumas coisas podem servir para fazer um paralelo de como nosso ensino é disposto de forma a conformar e preparar o aluno para o modelo defasado de trabalho que a sociedade vigente exige, e como esse conteúdo é passado de forma Manifesta e Latente (Manifesto é o conteúdo que assimilamos conscientemente e Latente o conteúdo implícito que nós é aprendido de forma inconsciente). Por exemplo o horário da escola começar justamente as 7:00 horas da manhã (Manifesto) um horário totalmente desnecessário ainda mais pra quem está em fase de crescimento e necessita de mais repouso. Sinceramente quem presta atenção nas 2 primeiras aulas? Eu sempre dormia nelas, afinal de contas quem nunca se pegou naquela sequencia “maravilhosa” das aulas de matemática seguidas das de química nos 2 primeiros horários em plena segunda-feira? Quem aguenta isso as 7:00 horas da manhã? Este horário é conveniente, porque, além de não atrapalhar os pais que precisam trabalhar as 8:00 ele serve também pra já inserir na cabeça do sujeito a rotina do modelo de trabalho clássico do capitalismo (Latente).

 Se você reparar na formação física da escola você tem as cadeiras dispostas em fileiras aonde você não consegue enxergar ao rosto dos colegas fortalecendo assim ao caráter individualista e frio da sociedade. E o sinal do intervalo que parece um apito de fabrica chamando os "operários" para mais "labuta".
Tem o uniforme que além de servir para pagar mico (na realidade um King Kong mesmo) ele serve como uma forma de tirar a identidade (individualidade) do aluno e o transformar em mais um, com a desculpa de que todos tem de ser iguais na escola. Ai eu pergunto na sociedade todos são iguais? Não né. Sendo assim é apenas mais uma maneira de conformar o cidadão das obrigações que são impostas a ele de forma que ele nem se dê conta.

  Aprendemos também a hierarquia autoritária desde o jardim de infância, com os professores vigiando e impondo trabalhos como um chefe na firma. Sem se dar conta muitas vezes o professor pensa que está fazendo o melhor e inserindo o gosto pela cultura no aluno mas na realidade ele só esta aplicando um modelo enfadonho e conformista que a sociedade exigiu dele e ele exige do aluno.

 A escola deveria servir como campo para moldar todos os sentidos dos alunos e criar um ser ativo e não passivo as imposições externas. O país além de precisar de mais educação precisa urgentemente reformular a maneira como a educação é passada e assimilada pelo aluno e o real valor da instituição escolar no contexto social. Porque nela só nos ensinam a reproduzir conteúdos (não desenvolve satisfatoriamente o potencial criativo nem crítico) e a nos preparamos para o trabalho pois na grade curricular do aluno a maioria das matérias só desenvolvem o lado cognitivo e intelectual (isso quando o conseguem) deixando de lado o caráter moral, criativo e crítico.

 Não é a toa que nos últimos anos do ensino nos voltamos para a especialização em uma área de trabalho em específico (curso superior). Criando, na minha visão, áreas de conhecimento e trabalho umas desconexas as outras. Prejudicando a sociedade numa visão mais integral, promovendo uma segregação do conhecimento em áreas afins, ou seja os estudos que poderiam se complementar e enriquecer uns aos outros se mantém distanciadas pelo modo como a educação é estruturada e nos é passada. Voltando ao ensino de base, teriamos por exemplo que promover um maior enfoque na qualidade do ensino da filosofia (e sociologia também) e não só torna-la uma aula chata e que parece ser sem sentido paras os alunos e despertar-lhes a consciência do quanto essa área do conhecimento nos é util.

Outra defasagem é não termos aula de psicologia e psicologia social, o que poderia favorecer aos alunos a entenderem a si mesmos e as condições que lhes são impostas, para assim terem a chance de mudar a sua própria realidade. Deveriam haver aulas de direito para elucidar os aspectos que abrangem a lei na sociedade e poder entender quais são seus direitos de fato. Bom é sabido que não é do interesse de ninguém (políticos de alto escalão, ricos e toda a elite dominante) pois a alienação é a base para a ideologia do “capitalismo elitista” vigente.